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Marcos Frota(Site não oficial)



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Marcos Frota
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Marcos Frota
Marcos Frota

Marcos Magano Frota (Guaxupé, 29 de setembro de 1956) é um ator brasileiro, filho de Maria Teresa Magano. Atuou em América, de Glória Perez, como Jatobá, um invisual que enfrenta as dificuldades do cotidiano - de forma análoga à novela O Sexo dos Anjos, onde viveu o surdo-mudo Tomás. Um de seus papéis de maior sucesso na televisão foi Tonho da Lua, no remake da telenovela Mulheres de Areia.

Mantém há vários anos um circo, em que ele próprio costuma atuar no trapézio, bem como uma escola para formar artistas circenses.

Em 1993 ficou viúvo de Cibele Ferreira Frota com quem teve três filhos: Apoena, Amaralina e Tainã. Foi casado com a atriz Carolina Dieckmann, entre 1997 e 2004, com quem tem um filho chamado Davi, nascido em abril de 1999.

Trabalhos na televisão

* 2008 - Casos e Acasos - Evandro
* 2005 - América - Pedro Jatobá
* 2003 - Chocolate com Pimenta - Morcego Voador
* 2001 - O Clone - Escobar
* 2000 - Uga Uga - Nikos (Nikolaos Karabastos Júnior)
* 2000 - Aquarela do Brasil - Casaca
* 1998 - Hilda Furacão - Padre Geraldo
* 1998 - Era Uma Vez - Horácio Zanella
* 1997 - A Indomada - Artêmio
* 1996 - Malhação - Hugo
* 1995 - A Próxima Vítima - Diego Bueno
* 1993 - Mulheres de Areia - Tonho da Lua
* 1991 - Vamp - Augusto Sérgio
* 1990 - Mico Preto - Astor
* 1989 - O Sexo dos Anjos - Tomás
* 1987 - Sassaricando - Beto (Alberto Bacelar)
* 1987 - O Outro - Pedro Ernesto
* 1986 - Cambalacho - Rick
* 1984 - Vereda Tropical - Téo
* 1984 - Anarquistas Graças a Deus - Remo
* 1983 - Fernando da Gata - Juan Ramirez
* 1982 - Elas por Elas - Octávio
* 1980 - Plumas e Paetês - Jonilson
* 1979 - Malu Mulher - Esdras
* 1979 - Carga Pesada - Caminhoneiro Justo
* 1978 - Pecado Rasgado - Raimundo Brandão
* 1977 - Nina - David
* 1976 - O Julgamento - Fernandes
* 1976 - Escrava Isaura - Eurípides

Trabalhos no cinema

* 2000 - Xuxa Popstar
* 1993 - Vagas para Moças de Fino Trato
* 1988 - Banana Split
* 1985 - Tropclip
* 1985 - Os Bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez

Um ator fora do normal
Marcos Frota conta por que gosta do desafio de interpretar papéis difíceis e, ainda solteiro, afirma que vive uma
lua-de-mel com o cego Jatobá, seu personagem que
faz sucesso em América
Prestes a completar 50 anos, Marcos Frota mantém o espírito jovem e a cara de menino. Leva uma vida bastante agitada, dividida entre gravações, família e circo, sua grande paixão. Em América, a alegria de viver e o carisma do cego Jatobá conquistaram o público e a diretora Glória Perez. Longe da novela, o ator sempre procura disponibilizar um tempo para encontrar a paz e restabelecer o espírito. Ao desenvolver o lado religioso, ele consegue mergulhar fundo no seu personagem e, também, superar momentos difíceis como a perda da sua primeira mulher e a separação da atriz Carolina Dieckmann. Na entrevista a seguir, o ator fala sobre a sua fase de maturidade profissional e espiritual.

Você já viveu o surdo-mudo Tomás (O Sexo dos Anjos), Tonho da Lua (Mulheres de Areia) e, agora, o cego Jatobá. Por que essa predisposição a interpretar personagens especiais?
O convite parte de quem escreve, dirige ou produz, e encontra sempre em mim uma receptividade. Estou sempre disposto a dar vida a personagens desse tipo e contar as histórias deles. Além de exercer meu ofício, acredito que posso contribuir de alguma maneira para que as minorias, os portadores de deficiência e as pessoas com dificuldade possam descobrir caminhos para encontrar a felicidade. Quando aparece um personagem assim, encaro como um novo desafio. Mas é um trabalho como qualquer outro.

E o carinho do público pelo Jatobá?
Estou vivendo em lua-de-mel com o personagem. Ele está fazendo mais sucesso que o Tonho da Lua (personagem que interpretou em Mulheres de Areia). Acho que há uma relação com a vida pessoal
e a leitura que o público faz da minha vida. Não posso negar que o artista tem uma vida pública mesmo e que todo mundo acompanha o que acontece. E o Jatobá é um personagem ímpar. Ele foi escrito por uma mulher (Glória Perez), tem uma sensibilidade, uma elegância e um olhar diferente. Estou vivendo internamente uma fase muito especial. Procuro não me deixar levar. Não quero perder o foco do trabalho e desperdiçar esse momento. Não quero ficar embriagado pelo sucesso e com a repercussão. Esse filme eu já passei, já vivi outros momentos assim.

Qual é o segredo do sucesso do personagem?
Acho que a coisa mais legal do Jatobá é que as pessoas esqueceram que ele é cego. Acredito que todos portadores de deficiências gostariam de ser tratados como uma pessoa normal. Esta é a grande conquista do Jatobá. Na história, as pessoas o tratam como se fosse uma pessoa comum, apesar de seus limites e deficiências.

Na novela, às vezes até parece que ele enxerga...
Isso aí eu não sei. É um mistério só a Glória pode responder...

Como foi o laboratório para interpretar um portador de deficiência visual?
Eu tive que simplificar a minha vida. Diminui meus compromissos empresariais e o ritmo da minha vida para ficar um pouco quieto, pensando e abrindo espaço dentro de mim para poder receber o personagem e entender os caminhos que a Glória estava propondo. Eu vi muitos filmes, li alguns livros e visitei alguns programas que trabalham com pessoas portadoras de deficiência visual. A tevê Globo tem um departamento de pesquisa e preparação para o ator muito forte e me deu todas as condições para eu me informar sobre este universo e desenvolver o meu trabalho. Mas o mais importante é o período silencioso de preparação pelo qual passei porque eu entendo que o fator mais interessante no Jatobá é o seu refinamento espiritual. É isso que me ilumina e é isso que eu quero passar para o público.

Na sua vida, você também transmite um forte lado espiritual...
Isso vem lá de casa. Minha família sempre foi muito religiosa. Sou católico, mas aos poucos fui me aprofundando, me redimensionando com pensamentos e reflexões para descobrir outros caminhos. Sou praticante, vou às missas, gosto do ritual católico, mas ampliei tudo isso para pensamentos mais contemporâneos, mais libertadores e sem tantas amarras. Essa atitude sempre me acompanhou. Quando era esportista em São Paulo, eu tinha todo um ritual com relação à prática esportiva, que incluía orações, pensamentos e respiração. Tudo isso me levava a ter um olhar diferenciado sobre a competição e acabou me acompanhando na atividade artística. É preciso disponibilizar um tempo para o lado espiritual. O mundo é cheio de desafios e armadilhas. Eu freqüento um grupo de oração, tenho momentos de leitura e contato com a natureza. Estou no início disso tudo, mas não tenho pretensão de ser nenhum guru, não. Tenho apenas a certeza que Deus existe, que ele mora dentro de mim.

É assim que você conseguiu superar momentos difíceis como a perda de sua primeira mulher?
A vida vai sempre nos ensinando e deixando as suas marcas.
Eu sempre procurei, ao invés de perguntar ‘por que’, perguntar
‘para que’. É daí que você tira de cada situação difícil as lições
e os ensinamentos.

É verdade que ela chegou a pressentir que iria morrer?
Eu tenho uma passagem nesse sentido. A Cibele chegou a perguntar para mim no cinema se eu cuidaria das crianças se ela fosse embora e, pouco tempo depois, aconteceu o acidente de carro. São muitos os mistérios da vida, não podemos afirmar nada. Quem somos nós para falar alguma coisa?
Você completa 50 anos em setembro, mas mantém o espírito jovem. Qual é o segredo?
O segredo é paz de espírito. Tenho um contato muito grande com as crianças a partir dos meus filhos e do meu circo. Por mais difíceis que sejam alguns momentos, minha esperança e fé não diminuem. Tenho certeza que sempre haverá algo melhor e que um novo dia surgirá. Isso me dá esse aspecto jovial. Hoje eu valorizo muito a minha maturidade e a tranqüilidade que isso me traz. É muito prazeroso chegar nesse momento, olhar para trás e poder dizer: que bom, valeu tudo muito a pena. Mesmo com os momentos difíceis.

Você atingiu a fase de maturidade?
Olha, demorou um pouco, mas a ficha está caindo. Só fazendo cinqüenta anos para entender melhor as coisas da vida.
A maturidade um dia chega....e chegou para mim....

Qual papel você ainda pretende fazer?
Eu gostaria muito de interpretar uma mulher. Só tive a oportunidade de viver este papel em algumas comédias, mas eu gostaria de interpretar para valer mesmo. Eu queria vestir a pele de uma mulher, mergulhar e entender o universo feminino. O Brasil tem uma alma muito feminina. Me interesso muito pela face materna de Deus, simbolizada na figura de Maria, mãe de Jesus. Eu realmente gostaria de me propor a interpretar uma mulher.

E como surgiu a sua paixão pelo circo?
Eu era menino no interior de Minas e o circo sempre me despertou uma paixão. Anos mais tarde, na Globo, bastou eu interpretar um artista circense, em Cambalacho, para todo aquele fascínio virar paixão. Depois, eu nunca mais larguei. Durante 20 anos fui trapezista e realizei todos os meus sonhos. Agora, me apresento só nas sessões de gala.

Você continua firme no trapézio?
Meu salto sempre foi correto, mas longe de ser de uma exibição de arrojo e coragem. Até por que não podia me arriscar muito e correr o risco de sofrer alguma contusão, que poderia prejudicar meu trabalho na televisão e no teatro. Sempre procurei dosar essa história.

O futebol também é uma paixão?
Joguei bola dos 18 até os vinte e poucos anos. Fui jogador amador do Banespa, Palmeiras, Juventus e atuei no juvenil no Santos. Depois, fui jogar no interior e tive que optar entre a vida universitária e a bola. Como todo brasileiro, o futebol ocupa um lugar importante no meu coração. O futebol me deu saúde. Na época da explosão das drogas, eu era atleta e passei longe disso. Além do mais, aprendi muito sobre disciplina, trabalho em equipe e a competição. O esporte te dá a garra, coragem, determinação e a capacidade de superação. Foi muito bacana. Viajei o Brasil todo, conheci muita gente. A formação da minha personalidade tem muito a ver com o esporte.

Como você consegue conciliar a vida de televisão,
circo e família?
A qualidade do tempo é mais importante que a quantidade. Deu
para levar até agora, mas não acho uma fórmula boa. Acho que a pessoa precisa focar, se concentrar cada vez mais para poder
extrair tudo aquilo que ela espera. Não é uma receita boa, eu não recomendo para ninguém ter essa diversidade de ação e atuação profissional porque você acaba queimando algumas etapas e desperdiçando alguns momentos. Acho que o importante é focar e dar tudo de si para uma coisa só.

Como tem sido a sua rotina diária?
Fico em casa me preparando para o Jatobá. Acordo, vou para a praia, faço aulas de dança e toco alguns projetos sociais ligados aos portadores de deficiência. À tarde, saio de casa e vou para os estúdios da tevê Globo, onde não tenho um horário fixo para sair...

E sobra tempo para namorar? Você já conseguiu superar
a separação?
Eu não estou namorando com ninguém, não. Mas estou bem,
curtindo a vida de solteiro. Estou atravessando uma fase ótima. A separação é muito triste para todos os lados da família, mas a gente superou isso numa boa. A Carolina (Dieckmann) está ótima. Ela também está passando um momento maravilhoso da vida dela e eu tenho muito orgulho de tudo, pela grande pessoa que ela é. Posso dizer que a nossa família está em paz. A gente se respeita muito e isso é o mais importante.